A casa das Sete Mulheres


Letícia Wierchowzki considera-se uma simples contadora de histórias. "Eu sou apenas uma pessoa que encontra uma história e precisa dar forma a ela, levantá;-la. É; como ser um pedreiro numa obra." Modéstia da autora. Letícia é uma das maiores revelações da literatura nacional dos últimos anos. Uma das raras escritoras brasileiras a perceber e a traduzir, em palavras, a personalidade, o sentido e o poder de ação de personagens e cená;rios brasileiros. A CASA DAS SETE MULHERES,  mescla realidade e ficção num romance que usa magistralmente a Revolução Farroupilha e o Rio Grande do Sul dos meados do século XIX como pano de fundo. O livro descreve as aventuras de sete gaúchas da família do general Bento Gonçalves, chefe da revolução que pretendia separar o Sul do resto do país. Após o início do conflito, Bento Gonçalves manda a esposa, filhas e tias para uma propriedade à beira do Rio Camaquã, no interior da província. Na Estância do Brejo, local de difícil acesso aos inimigos da revolução, elas deveriam esperar o desfecho do conflito. "Essas mulheres ficaram, entre idas e vindas, nascimentos, mortes e casamentos, cerca de dez anos esperando," diz a autora. Letícia Wierchowzki mapeou os acontecimentos reais que marcaram a vida dessas mulheres e mesclou-os a passagens ficcionais perfeitamente inseridas no universo da história gaúcha. "Criei também personagens que orbitavam em torno da casa, parentes, amigos etc", confessa. Mas a revolução foi respeitada em toda a sua grandeza. As sete mulheres viveram todos os percalços e alegrias que os simpatizantes dos revolucionários vivenciaram naquela época. Apesar de uma certa essência feminina, A CASA DAS SETE MULHERES, é um livro repleto, também, de cenas de batalha, passagens notadamente guerreiras, masculinas, frias, de pampa, de sangue e de morte. A estrutura do livro segue os passos da revolução: dez anos de confrontos, dez capítulos. Um pouco da trama é conduzida pelo diário mantido por Manuela de Paula Ferreira, sobrinha de Bento Gonçalves. "Para mim, o livro é como uma daquelas bonecas russas, que estão dentro uma da outra, e a gente vai abrindo e abrindo e sempre encontra mais uma bonequinha," explica Letícia. O livro traz uma história dentro da outra, cada enredo completando outro. A trama de sete mulheres, a vida de seus homens, tudo dentro de uma casa - e esta casa à mercê de um pampa sangrento e belicoso. Nessa casa se desenrola a história de três gerações da mesma família, que estarão eternamente confusas dentro daquele espaço, criado sem nenhuma lógica."A força motriz desse épico são as gentes, os agentes da revolução, aqueles que lutaram nos campos de batalha, e aqueles que esperaram nas estâncias, defendendo suas propriedades e seus filhos," finaliza a autora. 


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